(Espanhol) As crianças que nasceram, cresceram e foram educadas aqui, elas acham que são – bom, não todos, sabe? – elas acham que são japonesas. Bom, como são crianças, não sabem ainda o que é a lei da nacionalidade; então pensam que são japonesas, sabe? Por isso agora tem muitos pais que, por causa dos filhos, estão se naturalizando. Porque por mais capazes que sejam, por mais profissionais que sejam, muitas vezes se eles não têm nacionalidade japonesa não são bem aceitos. [Com respeito a] manter o idioma, eu diria que isso depende de cada família. Há muitas famílias que impõem uma regra no lar: em casa, espanhol; um passo fora de casa, só se fala japonês. Em geral, o que ajuda nesta época de crise é que ... Alguns, ou muitos [imigrantes peruanos], tiveram que tomar uma decisão: como não conseguiam sobreviver aqui no Japão, tiveram que retornar ao Peru. Então a criança pode continuar com seus estudos [no Peru]. Acho que lá também há uma instituição que os apóia, não? Para se nivelarem. Ou seja, essa é a vantagem de [...]. Não creio que houvesse uma falta de continuidade porque aqui a cultura peruana, a cultura inca, é muito bem recebida pelos japoneses. Por essa razão, os peruanos estão sempre tomando parte em atividades da sua própria cultura, sabe? Assim sendo, eu acredito que as crianças que nasceram e cresceram aqui ... Há muitas crianças que mantiveram a nossa cultura peruana.
Data: 24 de março de 2009
Localização Geográfica: Tóquio, Japão
Interviewer: Alberto Matsumoto
Contributed by: Watase Media Arts Center, Japanese American National Museum