Entrevistas
O FBI e o rádio (Inglês)
(Inglês) O meu pai era uma pessoa determinada. Tem uns dois incidentes que eu nunca vou esquecer. Mais ou menos um mês e meio depois de 7 de dezembro, dois homens bateram na nossa porta, vestidos com terno escuro e usando chapéu. Eles eram do FBI. Calhou do meu pai estar em casa naquela hora; talvez fosse um domingo de tarde. Os homens disseram – um deles perguntou: “Você tem um rádio de ondas curtas aqui? Porque nós temos que reportá-lo. Se você tem algum rádio que capta ondas curtas, você tem que reportá-lo”. A gente digeriu o que eles haviam dito. E o meu pai respondeu: “Tenho”. [O agente do FBI] disse: “Pega o rádio”. O meu pai então falou: “Vocês podem entrar”. “Não, traz você mesmo o rádio para fora”. Então ele trouxe o rádio para fora e o cara perguntou: “Você tem uma mesa?” Então o meu pai trouxe uma mesinha para fora e colocou o rádio na mesa. Mas ao invés de examinar o rádio com cuidado, o [agente do FBI] pegou uma chave de fenda que ele tinha no bolso de trás e começou a abrir a parte de trás do rádio. Pluck, pluck ... Sabe, ele não estava desatarrachando. Ele estava arrancando [a parte de trás do rádio], e aí colocou a mão lá dentro e começou a puxar os fios e os tubos!
Eu sabia o que ele queria fazer; ele queria que o rádio parasse de funcionar. Então o meu pai disse: “Ah, espera aí. Eu te ajudo”. E os caras ficaram sem entender o que ele queria fazer. [O meu pai] foi até a parte de trás da casa – e naquele tempo, praticamente todas as casas japonesas tinham um fogão do lado de fora. Muitas vezes a gente fervia água ali ou cozinhava nosso arroz do lado de fora, sabe, no caldeirão? E é claro que você tinha lenha para fogueira e um machadinho, certo? Então [o meu pai] pegou o machado e, minha nossa, os caras do FBI acharam que ele vinha atacá-los. Eles colocaram a mão nas suas pistolas e eu pensei: “Meu Deus, por favor”.
E*: Ah, então você estava lá mesmo?
Ah sim, eu estava lá mesmo. E ele continuou andando até o rádio e começou a quebrá-lo. Bang, bang, bang, bang. E então ele disse: “Para te poupar o trabalho. Aqui está”. Os caras ficaram tão estupefatos que foram embora direto. O meu pai pegou o rádio, colocou numa saca, colocou na lata de lixo, e aquilo foi tudo. Aquele havia sido o nosso presente de Natal. E assim ficamos sem rádio.
* “E” significa “entrevistador”.
Data: 31 de maio de 2001
Localização Geográfica: Califórnia, Estados Unidos
País: Watase Media Arts Center, Japanese American National Museum
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