(Japonês) O encontro de Amano com a cultura Chancay deu-se por acaso. Estava passeando de automóvel, quando entrou no vale de Chancay e, chegando a determinado lugar, deparou-se com a cerâmica e os tecidos maravilhosos que foram escavados de Chancay. E por ser ele um japonês, tinha muito interesse por tecidos, por vestimentas, mais do que um europeu – também pode ser uma característica do próprio Amano –, a verdade é que ele ficou fascinado pela beleza dos tecidos.

E ao começar a sua pesquisa sobre a cultura Chancay, descobriu que naquela época quase não havia pessoas fazendo isto. Ou melhor, usando uma expressão exagerada, com exceção de uma ou duas pessoas, a cultura Chancay não despertava interesse em ninguém. E se alguma outra pessoa já tivesse pesquisado, significava que esse alguém estava à sua frente, porém, ele entendeu que não existia ninguém que realmente tivesse estudado a cultura Chancay, ou estivesse colecionando suas peças. Como o local era de fácil acesso a partir de Lima, Amano sentiu que se tratava de um grande tema a ser desenvolvido por ele. E foi à cultura Chancay, completamente ignorada pelo mundo acadêmico do Peru, que Amano dedicou o resto de sua vida, durante cerca de 30 anos, cujo acervo encontra-se no Museu Amano.