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Aprendendo a trabalhar na lavoura numa fazenda de beterraba (Inglês)

(Inglês) Depois de umas duas semanas lá (no “Centro de Assembleia” [como eram chamados alguns campos de internamento]), apareceu um homem de uma plantação de beterraba. Ele queria recrutar alguns homens jovens para trabalhar na plantação de beterraba em Nyssa, no Oregon. O meu marido disse: “Hum, de repente essa é uma chance de sair daqui antes que a gente fique doente”. E foi por isso que eu acabei sendo a única mulher. Eu me apresentei como voluntária para trabalhar na plantação de beterraba.

No primeiro grupo, tinha uns 20 homens, incluindo meu marido. Eu era a única mulher. Eles nos colocaram em um trem durante a noite. Todas as cortinas foram fechadas e não tinha como saber para onde nós estávamos indo. Pela manhã, nós chegamos em Nyssa, no Oregon. Nós descemos do trem e cada família tinha a sua tenda, uma tenda de pano para dormir. Elas tinham dois colchonetes e um fogão de madeira em um lugar onde a temperatura era de 40 gráus. O verão pode ser muito quente lá. Então eles nos disseram que tínhamos que usar roupas de trabalho, calças de trabalho, sapatos de trabalho, além de um chapéu e um ancinho, um ancinho de cabo curto, e uma lâmina de serrar. Tivemos que pegar aquilo tudo, ir para o armazém ... uma loja de ferragens para pegar aqueles apetrechos. Então todos nós fomos, marchando até lá para comprar aquilo tudo, e eu acho que acabamos comprando a loja toda.

Às 6 da manhã do dia seguinte, o fazendeiro chegou numa caminhonete para nos apanhar. Então todos nós pulamos na caminhonete e lá nos fomos. Quando chegamos nessa plantação, as plantas tinham que ser de um certo tamanho, tinham que ser fáceis de podar. É assim: você deixa só uma planta e corta as outras; aí deixa mais uma planta em pé, mais ou menos uns 10 centímetros aparte. Então foi bum, bum, bum. Aquele tempo todo, você anda curvada assim. Ah, era um trabalho de deixar você toda quebrada.

Tinha uma outra família com a gente – a família Uchiyama. Tinha o pai, mãe, talvez umas seis crianças. Todos eram muito experientes, sabe? Eles estavam acostumados a fazer aquilo. Eles iam bum, bum, bum, bum. Eles andavam para cima e para baixo das fileiras de plantas. O meu marido e eu nunca tínhamos feito aquilo antes, então a gente ia bum, e arrumava a planta; aí bum, e a gente arrumava a planta de novo. Era horrível.

Um dia, eu pensei: “Eu tenho que fazer isso da maneira certa para ir um pouco mais rápido”. Eu estava determinada a fazer aquilo do modo certo. Eu estava trabalhando quando de repente ... Eu quase bati numa cobra-touro. Ela estava toda enrolada na plantação de beterraba. Você diz: “Nossa!” Eu disse: “Ahhhh!” Eu dei um berro e saí correndo, gritando pela plantação na maior rapidez. Eu então falei para o meu marido: “Eu não quero mais trabalhar na plantação de beterraba”. Eu disse que aquilo era o fim para mim. Nós trabalhávamos tão devagar, e eles nos pagavam 35 cents por hora.


agricultura beterraba sacarina

Data: 6 de dezembro de 2005

Localização Geográfica: Oregon, Estados Unidos

Entrevistado: Akemi Kikumura Yano

País: Watase Media Arts Center, Japanese American National Museum.

Entrevistados

Os pais de Alice Sumida (nascida em 1914) imigraram para a Califórnia de Kumamoto, Japão, e na época de seu nascimento trabalhavam como agricultores na região central do litoral californiano. Aos seis anos de idade, seus pais a enviaram para um dormitório num templo budista próximo a Guadalupe, onde até os 12 anos, aprendeu a ler e escrever em japonês e os costumes e a cultura japoneses. Frequentou então, uma escola rural onde foi desenvolvendo o amor pela dança sempre que sua professora incentivava todos a dançarem no dia de Ação de Graças, dia das Bruxas e nas festividades Natalinas. Mais tarde, enquanto estava em São Francisco tendo aulas de canto, conheceu seu futuro marido Mark, morador de Portland e 10 anos mais velho. Devido a insistência dele, ficaram noivos em três dias e se casaram após duas semanas. Depois do ataque japonês a Pearl Harbor em 1941 e a entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial, Alice e Mark foram enviados para um Centro de Recolocação construído sobre os currais mal-cheirosos de Portland. Duas semanas depois, foram recrutados para os campos de cultivo de beterraba no leste de Oregon – onde Alice era a única mulher a realizar o doloroso trabalho da colheita. Quando a guerra terminou, passaram a dedicar-se ao cultivo de um pedaço de terra estéril que, após muito sacrifício e trabalho, transformou-se na maior fazenda de gladíolas do país. Após a morte de Mark em 1981, Alice reviveu sua antiga paixão pela dança e hoje, com mais de 90 anos, continua a competir em eventos de dança de salão ao redor do mundo. Ela faleceu em 16 de agosto de 2018, aos 104 anos de idade. (Outubro de 2018)

Haruo Kasahara
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Haruo Kasahara

Cantando música tradicional das lavouras em japonês e havaiano

(n. 1900) Lavradora issei no Havaí

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Wally Kaname Yonamine
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Wally Kaname Yonamine

Treinando para o futebol carregando sacos de 100-lb de grama sobre montanhas. (Inglês)

(n. 1925) Nissei descendente de Okinawas; teve uma carreira de 38 anos como jogador de baseball, técnico, batedor e administrador no Japão.

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Wally Kaname Yonamine
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Wally Kaname Yonamine

Trabalhou nos campos de cana-de-açúcar na adolescência para suplementar o orçamento da família (Inglês)

(n. 1925) Nissei descendente de Okinawas; teve uma carreira de 38 anos como jogador de baseball, técnico, batedor e administrador no Japão.

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Mitsuo Ito
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Mitsuo Ito

Uma fazenda de beterraba em Alberta (Inglês)

(n. 1924) Nissei nipo-canadense. Intérprete para o exército britânico no Japão após a Segunda Guerra Mundial. Ativo na comunidade nipo-canadense

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Dale Minami
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Dale Minami

Uma resposta emocional da mãe ao falar sobre a experiência de encarceramento (Inglês)

(n. 1946) Advogado

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Shunji Nishimura
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Shunji Nishimura

Retribuindo ao Brasil (Japonês)

(1911-2010) Fundador do grupo JACTO

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Shunji Nishimura
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Shunji Nishimura

Transmitindo o Know-How para as gerações futuras (Japonês)

(1911-2010) Fundador do grupo JACTO

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Emi Kasamatsu
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Emi Kasamatsu

As contribuições dos nikkeis à agricultura paraguaia (Espanhol)

Nissei Paraguaio, Pesquisador

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Ryoichi Kodama
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Ryoichi Kodama

A Fazenda (Japonês)

Imigrantes do Kasato-maru

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Sakaye Shigekawa
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Sakaye Shigekawa

Unable to work when the war broke out

(1913-2013) Obstetra no sul da Califórnia

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Sakaye Shigekawa
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Sakaye Shigekawa

Joining the hospital unit in Santa Anita Race Track

(1913-2013) Obstetra no sul da Califórnia

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Jimmy Ko Fukuhara
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Jimmy Ko Fukuhara

Sugar beet farming process

(n. 1921) Veterano de guerra nissei que serviu na ocupação do Japão

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Tom Yuki
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Tom Yuki

Father created a partnership to grow and ship vegetables

(n. 1935) Empresário Sansei

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Tom Yuki
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Tom Yuki

Taking over his father's business after father's accident

(n. 1935) Empresário Sansei

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Monica Teisher
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Monica Teisher

Grandfather migrating to Colombia

(n.1974) Colombiana japonesa que atualmente reside nos Estados Unidos

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