Entrevistas
Um sansei tocando o tradicional gagaku (Inglês)
(Inglês) Quando Togi deu aulas de <i<gagaku para o nosso grupo, nós aprendemos o suficiente para que nos convidassem para tocar numa casa de show na época das Olimpíadas. Uma vez, a gente estava tocando gagaku e um japonês ficou olhando – nós achamos que [ele e seus companheiros] eram japoneses porque nós estávamos tocando gagaku. Ele se aproximou e disse alguma coisa para o Ronnie, um dos nossos membros. Só que como o Ronnie não fala japonês, ele perguntou: “O que?” E o cara acabou falando inglês. Ele disse: “Ah, você é americano?” E o Ronnie respondeu. “Sou”. Aí o cara fala: “Você não pode tocar gagaku!” E o Ronnie disse: “Mas é o que eu estava fazendo agora mesmo”. E o cara disse: “Ah, não, não. Gagaku é a alma da música japonesa, e você tem que ser japonês [para tocá-lo]”. Então o Ronnie se aproximou dele e disse: “Você conhece a peça que a gente acabou de tocar? Qual é o nome dela?” E o cara, é claro, não sabia. Então o Ronnie disse: “Cai fora!”
Aquele foi um momento importante porque pela primeira vez um sansei estava dizendo: “Espera aí, esta é a minha música. Eu a conheço e não preciso de você para me dizer o que ela é simplesmente porque você calhou de nascer numa determinada parte do mundo”. Aquele foi um momento crucial para o nosso grupo. Todo mundo sentiu isso. Essa geração está dizendo: “Seja lá o que for que nós somos, é o que somos e não vamos nos deixar intimidar simplesmente por causa ... de onde nascemos”. E a nossa [música] é diferente. Por isso, quando vamos ao Japão não esperamos encontrá-la no Japão. Esperamos algo completamente diferente.
Data: 3 de dezembro de 2004
Localização Geográfica: Califórnia, Estados Unidos
Entrevistado: Art Hansen, Sojin Kim
País: Watase Media Arts Center, Japanese American National Museum