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50 anos do início do regime militar e ativistas nipo-americanos = jovens que lutaram contra a ditadura - Parte 1/3

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Atividades de guerrilha com Mariguera = Miyake Darci que sofreu tortura

A cerimônia dos “50 anos do Golpe Militar e Erradicação da Ditadura” foi realizada no dia 31 de março, atrás da 36ª Delegacia da Polícia Municipal, na zona sul da cidade, uma instalação militar que já foi usada para coletar e analisar informações através da prisão e tortura de ativistas de esquerda realizados na frente. Segurando fotografias de activistas que ainda estão desaparecidos e de jovens que foram torturados até à morte, os cerca de 1.000 participantes mantiveram discussões como a descoberta de factos históricos sobre violações dos direitos humanos durante o governo militar e a revisão da Lei da Anestesia que os isentava. Cobrimos as cicatrizes vívidas da história, incluindo fotografias das vítimas de ascendência japonesa.

Primeira fila no local do evento do 50º aniversário (na extrema esquerda está a foto do ativista japonês Yoshitane Fujiwara)

“Minha família não entendia minhas atividades.” - Darci Miyake (68, segunda geração), que participou de atividades de guerrilha na ALN (Ação de Libertação Nacional), grupo armado liderado por Carlos Marighera, o “guru da guerrilha urbana”. guerra.”) disse com pesar.

Darushi Miyake

Miyake, que na época era aluno de elite da Faculdade de Direito da USP, foi preso pelo DOI-Codi do Exército (doravante DC) na Guanabara (Rio), em 25 de janeiro de 1972, e levado à OBAN. sede em Seiichi no dia 28. Ele tinha apenas 27 anos.

“Fui sequestrado e mantido em cativeiro” em DC durante sete meses sem um mandado de prisão”, disse Miyake, apontando para o prédio ao lado. "Eles me torturaram todos os dias durante um mês para arrancar informações de mim. Depois disso, eles me torturaram cerca de duas vezes por semana. ... Foi uma experiência horrível que não consigo expressar em palavras", lembrou ele.

De acordo com reportagem da agência de notícias estatal brasileira datada de 12 de dezembro de 2013, na Comissão Federal da Verdade do mesmo dia, o Sr. Miyake disse que o homem que o torturou, de codinome "Capitão Ubirajara", estava na frente de ele, o ex-policial municipal Aparecido Laertes Calandra. Confirmando que era definitivamente um investigador, ela testemunhou: “Eu sofri enquanto ele e seus subordinados me torturavam com choques elétricos em meus ouvidos, pés, mãos e órgãos genitais. envolvido nos assassinatos de muitos dos meus camaradas.”

O lançamento da Operação Bandeirantes (OBAN) para reprimir as atividades de esquerda, que vinha sendo considerada desde o início do regime militar em 1964, é considerado uma estratégia que levou o regime militar ao próximo estágio de violações dos direitos humanos. Começou em julho de 1969 como uma operação conjunta entre a Polícia Política e Social (DOPS), a Polícia Federal, a Polícia Municipal e os departamentos de esquerda das forças de segurança pública relacionados com a repressão.

Segundo artigo de Mariana Rangel Joffiri, da USP, apresentado no 23º Simpósio Nacional de História (2005), a operação contou com apoio financeiro de multinacionais como Grupo Ultra, Ford e General Motors.

Com base na experiência do PBAN, no ano seguinte, em julho de 1970, o Quartel-General de Operações de Informação (DOI) e o Centro de Ação de Segurança (Codi), constituídos por membros semelhantes, foram estabelecidos como organizações permanentes sob controle direto dos militares. O primeiro era responsável pelo comando das operações e pela realização de buscas, prisões e interrogatórios, enquanto o segundo era responsável pela análise de inteligência e coordenação com diversos departamentos militares.

Quanto ao facto de muitas vítimas de tortura terem testemunhado que o "Capitão Ubirajala" é definitivamente ele, o investigador disse à comissão: "Não me lembro disso. Nunca estive envolvido em quaisquer violações dos direitos humanos, como tortura." negou categoricamente qualquer envolvimento.

Apesar da agitação do evento, o edifício onde vários jornalistas e ativistas, incluindo o executivo da Kultura TV, Vladimir Elzoki, teriam desaparecido, morrido de doença ou cometido suicídio após serem torturados, está estranhamente silencioso.

Parte 2 >>

*Este artigo foi reimpresso com permissão do jornal japonês brasileiro Nikkei Shimbun (5 de abril de 2014).

© 2014 Nikkey Shimbun

ativismo forças armadas Brasil golpes de estado ditaduras militares ação social
About the Author

Nasceu na cidade de Numazu, província de Shizuoka, no dia 22 de novembro de 1965. Veio pela primeira vez ao Brasil em 1992 e estagiou no Jornal Paulista. Em 1995, voltou uma vez ao Japão e trabalhou junto com brasileiros numa fábrica em Oizumi, província de Gunma. Essa experiência resultou no livro “Parallel World”, detentor do Prêmio de melhor livro não ficção no Concurso Literário da Editora Ushio, em 1999. No mesmo ano, regressou ao Brasil. A partir de 2001, ele trabalhou na Nikkey Shimbun e tornou-se editor-chefe em 2004. É editor-chefe do Diário Brasil Nippou desde 2022.

Atualizado em janeiro de 2022

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