Entrevistas
As áreas da cerâmica (Espanhol)
(Espanhol) A cerâmica tem várias áreas. Eu diria que a cerâmica é tanto cerâmica de uso, de função, como cerâmica com propósito estético e ritual. Eu sempre pensava na função, porque além de ter iniciado [meu aprendizado] como ceramista utilitário, comecei a elaborar objetos de uso de uma maneira muito prática. Além disso, eu decidi largar a música e os estudos de filosofia para criar objetos de cerâmica bonitos – não exatamente decorativos, mas úteis. Era para que as pessoas pudessem usá-los e mantê-los em casa. Além disso, eu achava que com esse trabalho eu poderia financiar meus estudos de música. Onde está este financiamento? Até agora não pagou classes de voz ou de canto com nenhuma boa professora! Como a gente acaba esquecendo – assim como na parábola – as pessoas saem em busca de algo mas às vezes se esquecem o que estão buscando. Mas acho que as duas áreas são muito importantes, se bem que muito difíceis de serem compatíveis – mais na [maneira que o trabalho é recebido] do que na pessoa que o produz. Eu diria que as pessoas achariam que por ter uma função, o objeto tem menos valor do que um objeto que não tem função nenhuma, mas que é resultado de um planejamento isolado, visual, quase que como se fosse um símbolo estético de algo. Eu diria que as duas áreas [funcional/não-funcional] têm um valor importante. Eu gostaria muito se todos os ceramistas – ou os artistas que fazem cerâmica – tivessem a possibilidade de entender que é necessário percorrer as duas áreas e recorrer a essas duas vertentes para poder compreender o trabalho da cerâmica.
Data: 7 de dezembro de 2007
Localização Geográfica: Lima, Peru
Entrevistado: Harumi Nako