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As áreas da cerâmica (Espanhol)

(Espanhol) A cerâmica tem várias áreas. Eu diria que a cerâmica é tanto cerâmica de uso, de função, como cerâmica com propósito estético e ritual. Eu sempre pensava na função, porque além de ter iniciado [meu aprendizado] como ceramista utilitário, comecei a elaborar objetos de uso de uma maneira muito prática. Além disso, eu decidi largar a música e os estudos de filosofia para criar objetos de cerâmica bonitos – não exatamente decorativos, mas úteis. Era para que as pessoas pudessem usá-los e mantê-los em casa. Além disso, eu achava que com esse trabalho eu poderia financiar meus estudos de música. Onde está este financiamento? Até agora não pagou classes de voz ou de canto com nenhuma boa professora! Como a gente acaba esquecendo – assim como na parábola – as pessoas saem em busca de algo mas às vezes se esquecem o que estão buscando. Mas acho que as duas áreas são muito importantes, se bem que muito difíceis de serem compatíveis – mais na [maneira que o trabalho é recebido] do que na pessoa que o produz. Eu diria que as pessoas achariam que por ter uma função, o objeto tem menos valor do que um objeto que não tem função nenhuma, mas que é resultado de um planejamento isolado, visual, quase que como se fosse um símbolo estético de algo. Eu diria que as duas áreas [funcional/não-funcional] têm um valor importante. Eu gostaria muito se todos os ceramistas – ou os artistas que fazem cerâmica – tivessem a possibilidade de entender que é necessário percorrer as duas áreas e recorrer a essas duas vertentes para poder compreender o trabalho da cerâmica.


Data: 7 de dezembro de 2007

Localização Geográfica: Lima, Peru

Entrevistado: Harumi Nako

País: Asociación Peruano Japonesa (APJ)

Entrevistados

Carlos Runcio Tanaka nasceu em Lima em 1958. Logo depois de ter cursado filosofia no Peru, ele passou a se dedicar à cerâmica. Realizou estudos no Brasil, Itália, e Japão. Participou em exposições em grupo e coletivas no país e no estrangeiro, representando o Peru em diversas bienais da arte contemporânea. Como resultado, suas obras se encontram em museus e coleções privadas em vários países. Expõe individualmente desde 1981 na América Latina, Estados Unidos, Japão e Itália. Nos últimos anos, foi professor convidado em prestigiosas universidades nos E.U.A. e Japão. Em conjunto com suas exposições e seu trabalho de investigação, ele mantém desde 1978 um atelier de cerâmica artística, no qual produz peças utilitárias e objetos funcionais de pedra sabão, utilizando matérias primas locais e fornos de gás para cozê-las (1.300ºC). Em novembro de 2007, expôs suas obras na mostra “Uma Parábola Zen e Dez Contos” (Zen no Ohanashi to Tõ no Chiisana Monogatari / A Zen Parable and Ten Short Stories) na Galeria Ryoichi Jinnai do Centro Cultural Peruano Japonês, na ocasião da XXXV Semana Cultural do Japão. Em dezembro daquele ano, publicou seu primeiro livro com o patrocínio da Associação Peruano Japonesa, cujo título é o mesmo da sua última mostra. (7 de dezembro de 2007)