Entre os anos de 1910 e 1940, o número de imigrantes japoneses que entraram no país, nunca foi superior a 900 pessoas por ano. Entre os japoneses que foram para o Chile, havia uma grande variedade de pessoas que vão desde profissionais e homens de negócio, até os trabalhadores que re-imigraram de países vizinhos. A tendência de sua fixação varia desde a parte setentrional do país, rica em nitratos, mas foram atraídos particularmente para a região meridional onde se localizam cidades como Valparaíso e Santiago. Eles obtiveram empregos em diferentes profissões, desde assalariados a pequenos empresários, em especial, barbeiros. A comunidade nikkei dos primeiros tempos era predominantemente masculina. A maioria dos homens isseis casaram-se com mulheres chilenas. Os seus filhos nisseis cresceram e foram educados de tal forma que é conhecido o lema “se vão viver em Chile, então serão chilenos”.

A barbearia El Sol, da propriedade de Kiyoki Kataoka, situada em Chuquicamata (II Região), no período anterior a Segunda Grande Guerra (Arquivo da Sociedad Japonesa de Beneficencia)
Impacto da Segunda Grande Guerra
A Guerra no Pacífico, contudo, suscitou uma vez mais, os sentimentos anti-nipônicos entre os chilenos e abortou o processo de integração dos nikkeis na sociedade chilena. A partir do início de 1943, algumas dezenas de nikkeis foram obrigados a mudar de áreas estratégicas e sensitivas, como as minas de cobre, para o interior do país. Nesse ínterim, a comunidade nikkei conseguiu se unificar, oferecendo suportes mútuos para fazer face a hostilidades do tempo de guerra. Esses vínculos ressurgiram depois da guerra com a organização da Sociedad Japonesa de Beneficencia.

As primeiras linhas de jornais fazem referência a “japoneses perigosos” e medidas a serem tomadas, 1942 (Arquivo da Sociedad Japonesa de Beneficencia)
O futuro do nikkei chileno
Na década de 1990, os nikkeis chilenos gozavam de status de classe média, educação de nível superior, e trabalhavam nos chamados empregos de colarinho branco. Contrária a tendência de outros países latino-americanos com população nikkei, não mais de 5% da população nikkei foi trabalhar no Japão como decássegui. O tamanho reduzido da comunidade nikkei, a falta de coesão e a predominância de casamentos inter-étnicos são os problemas a serem encarados para o futuro pelos nikkeis chilenos.

O casal de sansei Kenji Kodama e Alejandra Miura com seus três filhos, como representantes de poucos casamentos entre nikkeis, 1999 (Arquivo da Sociedad Japonesa de Beneficencia)
Fonte:
Akemi Kikumura-Yano, ed., Encyclopedia of Japanese Descendants in the Americas: An Illustrated History of the Nikkei (Walnut Creek, Calif.: AltaMira Press, 2002), 177.
* Texto preparado em colaboração com a Sociedad Japonesa de Beneficencia “Nikkei-Chile”.
© 2002 Japanese American National Museum