Em 2007, quando Sergio Galla decidiu diversificar a oferta culinária da Chelo's, empresa familiar que até então era uma doceria, foi-lhe dito que a sua proposta não funcionaria devido à sua dispersão, porque se ramificou tanto que não funcionaria. ser capaz de conquistar qualquer público.
Quatro anos depois, a sua grande clientela – 80 por cento da qual não vive em Bellavista (Callao, Lima) e vem de bairros tão distantes como La Molina – refuta aqueles que não previram o sucesso. O Chelo's oferece de tudo, desde sopa wonton e lasanha até chanpuru e tiramisu. Sergio afirma que a experiência de comer em seu restaurante é semelhante à de uma praça de alimentação de shopping : todos pedem pratos diferentes, mas sentam juntos para comer.
Os pratos mais populares são o harusame , macarrão verde com bife e o sanduíche teriyaki .
Quem ocupa muito espaço menos aperta? Não no seu caso, pois a variedade não implica o sacrifício da qualidade.
Sua filosofia está resumida na palavra japonesa “kaizen”, que significa melhoria contínua. Hoje melhor que ontem e amanhã melhor que hoje. “Quando isso – refere o artigo – sai em algo que devemos ter melhorado”, enfatiza.
Por isso, a humildade é fundamental, garante. Esteja atento às suas limitações, admita que existem pessoas que sabem mais do que você e consulte quem sabe. Galla afirma que o pior erro que um empresário pode cometer é acreditar que já venceu e que não há ninguém melhor que ele. “Esse é o início do infortúnio de muitas empresas”, ressalta. Sua frase de batalha: “Sempre inove e aprenda”.
Sergio está convencido de que se não ampliasse seu cardápio o Chelo's não teria sobrevivido. “Se eu não fizesse a mudança, morreria”, comenta. Quando começou, trabalhavam apenas quatro pessoas; Agora são 43.
O cliente lidera o caminho. Quando seu restaurante era uma confeitaria, muitos não se contentavam com as sobremesas e pediam humita, batata recheada e pratos principais. Havia um nicho insatisfeito. Eu só tive que preenchê-lo. “O cliente lhe dará uma pista de onde ir”, diz ele.
Seu próximo objetivo? A franquia. Atualmente dedica-se à padronização de serviços e produtos. Veremos mais Chelo em breve.
"O SANGUE CHAMA"
Os pais de Sergio Galla, Marcelo e Catalina, tinham um café-bar em Callao, onde vendiam sanduíches, sorvetes, tabaco, álcool, etc. Ou seja, um pouco de tudo. Tudo o que o cliente pediu, eles deram a eles.
O negócio durou 51 anos, de 1942 a 1993. Um ano antes, o Chelo's havia aberto as portas. A ideia era que seus pais se mudassem para Bellavista, mas preferiram ficar em Callao.
Sergio assumiu o controle da Chelo's em 2002. Até então era administrado por seus irmãos. Ele estava em outro. Embora tenha trabalhado na cafeteria dos pais durante a adolescência, ele não queria ter nenhum relacionamento com o ramo alimentício. Foi vendedor, dedicou-se à organização de eventos e até trabalhou no Japão.
No entanto, ele voltou. “Eu não queria saber de nada, mas o sangue chama”, diz ele. Comida é coisa dele. Está escrito em seus genes.
* Este artigo foi publicado graças ao acordo entre a Associação Japonesa Peruana (APJ) e o Projeto Descubra Nikkei. Artigo publicado originalmente na revista Kaikan nº 58, julho de 2011 e adaptado para o Descubra Nikkei.
© 2011 Asociación Peruano Japonesa; © 2011 Fotos: Asociación Peruano Japonesa / Álvaro Uematsu