A escritora e artista Erica Isomura, de Tkaronto/Toronto, Ontário, nos empresta um momento de ação capturado no poema dinâmico deste mês, “Haibun for February 19” — relembrando os esforços para fechar os centros de detenção em 2020, enquanto pedala direto para o presente. Este mês, há comemorações do Dia da Memória em todo o país e esta seleção nos lembra de continuar aparecendo agora. O sonho ainda está à nossa frente — Sem Muros, de fato.
Este poema é destaque na próxima antologia, The Gate of Memory: Poems by Descendants of Nikkei Wartime Incarceration (eds., Brynn Saito e Brandon Shimoda, Haymarket Books, 2025). Teremos uma leitura especial de pré-lançamento no Democracy Forum do Japanese American National Museum na quinta-feira à noite, 27 de março. Venha conhecer Erica e vários outros poetas da antologia. Aproveite…
— Traci Kato-Kiriyama
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Erica H Isomura é uma escritora e artista que nasceu e foi criada ao lado do Stó:lō (Rio Fraser). Sua prática criativa incorpora linguagem escrita, desenho, criação de livros e arte de mídia mista. O trabalho de Erica aparece em Ruth Beer: Seep/Swell (Burnaby Art Gallery, 2025), The Gate of Memory: Poems by Descendants of Nikkei Wartime Incarceration (Haymarket Books, 2025), The RAVEN Essays (University of Toronto Press, 2025) e em outros lugares. Erica está atualmente trabalhando em um livro visual que explora sua história familiar na costa norte da Colúmbia Britânica. Erica possui um MFA em escrita criativa pela University of Guelph. Ela mora em Tkaronto/Toronto, ON.
Haibun para 19 de fevereiro
Após o Tsuru For Solidarity & Densho Day of Remembrance, Dia de Ação em 23 de fevereiro de 2020 no Northwest Detention Center em Tacoma, WA
Nós estamos // amontoados // encharcados // ao longo da cerca de arame farpado
amarrado com centenas e centenas de tsurus de origami
molduras de papel tão delicadas // asas amassadas batem ao vento
nuvens girando
Nunca pensei que alguém pudesse se camuflar em uma massa
de capas de chuva arco-íris // Cada pessoa chegou vestida em camadas
como se estivesse destinado a uma trilha no noroeste do Pacífico
Em vez disso // este protesto, não uma peregrinação // levou-me a atravessar a fronteira
em territórios Tulalip-Duwamish-Puyallup-
Eu me encontro em Takhoma // nome dado em homenagem a um pico branco nevado
que poderia ter sido mais pacífico se não fosse pelo GELO puro
centro de detenção
Enfrentando o mau clima // uma multidão canta
// LIBERTAD! NÃO MURALLAS! //
Esperando que as pessoas trancadas lá dentro saibam o quanto
nós valorizamos suas vidas
No microfone, um sobrevivente sonha em marchar sobre Washington DC
para fechar os campos e convocar o maior encontro de japoneses
Americanos desde a remoção forçada de suas casas
setenta anos atrás
abraços de flor de ume
o galho da árvore—
gaivota voa para longe
*Este poema tem direitos autorais de Erica H. Isomura e aparecerá no próximo livro The Gate of Memory: Poems by Descendants of Nikkei Wartime Incarceration (eds., Brynn Saito e Brandon Shimoda, Haymarket Books, 2025).
© 2025 Erica Isomura