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O fechamento do colégio japonês e as deportações (Espanhol)

(Espanhol) Antes de nos expulsarem do colégio – aqui vem a outra coisa. À medida que o tempo ia passando, acreditávamos – o meu pai também acreditava – que não ia acontecer nada com o colégio, com o diretor que tinha vindo de Nihon, além de alguns professores que também eram de Nihon. Aqui [no Peru], eles começaram primeiro aqui em Lima, onde as lojas japonesas foram saqueadas. Antes disso houve a tomada das fazendas. Quantos japoneses perderam fazendas. Quantos japoneses perderam suas lojas – as coisas nas suas lojas, não as lojas. Elas foram totalmente esvaziadas, totalmente ... Em San Nicolás, começou outra revolta contra os japoneses. Por isso o meu pai vendeu sua loja, seu negócio. Ou seja, aquele outro senhor estava bem a par do que estava se passando em Lima e nos outros lugares.

Eles intervieram no colégio, fecharam tudo, prenderam o diretor. O pior é que o diretor tinha um aposento que ninguém sabia a respeito; era onde ele tinha um rádio de ondas curtas para escutar as notícias de Nihon. Era por isso que de manhã, quando fazíamos o radio taiso, ele aparecia para nos dar as notícias que tinha acabado de escutar. Mas aí chegou a polícia e acabaram com tudo. Prenderam o diretor e os professores, e os levaram ao campo de concentração.

E*: Eles foram deportados?

Ah, foram sim. Eles foram levados para o Texas, eu acho. Os outros eu não sei. Não foram juntos. Foram para lugares diferentes. Os americanos eram muito hábeis com essas coisas. E nós, fomos para a rua.

* “E” representa o entrevistador


educação aprisionamento encarceramento escolas de língua japonesa escolas de idiomas Peru Segunda Guerra Mundial

Data: 6 de setembro de 2007

Localização Geográfica: Lima, Peru

Entrevistado: Harumi Nako

País: Asociación Peruano Japonesa (APJ)

Entrevistados

Venancio Shinki Huamán (Supe, Lima, Peru, 1932) é um dos mais importantes pintores peruanos. Filho de pai japonês (Kitsuke Shinki, da prefeitura [província] de Hiroshima) e mãe peruana (Filomena Huamán), ele foi criado na fazenda San Nicolás em Supe, ao norte de Lima, ums dos locais onde os imigrantes japoneses se concentraram nos primeiros anos. Ele estudou na Escola Nacional de Belas Artes do Peru, onde se formou em 1962, conquistando o primeiro lugar no seu grupo de formandos.

Seus quadros misturam as tradições culturais orientais, ocidentais e andinas, sendo expressados através de um surrealismo distinto que apresenta um universo desconhecido e intrigante, partindo de uma técnica refinada e de uma renovada figuração que fazem lembrar outros grandes artistas plásticos latino-americanos. Ele recebeu diversos reconhecimentos e participou em numerosas exposições individuais e coletivas no Peru, Japão, Itália, Estados Unidos, Colômbia, Equador, Brasil, Venezuela, Panamá, e México, entre outros países. Em 1999, no ano do centenário da imigração japonesa ao Peru, ele foi convidado para apresentar suas obras no Museu do Homem em Nagóia, no Japão. Seus trabalhos mais recentes puderam ser apreciados na XXXIV Semana Cultural Japonesa em novembro de 2006, em Lima. Ele morreu em 2016. (Outubro de 2017)

Naganuma,Jimmy

Forcibly deported to the U.S. from Peru

(n. 1936) Japonês peruano encarcerado em Crystal City

Naganuma,Jimmy

Memories of childhood in Peru

(n. 1936) Japonês peruano encarcerado em Crystal City

Yamamoto,Mia

Impacto de seu pai

(n. 1943) advogado transgênero nipo-americano

Ninomiya,Masato

O ensino de línguas estrangeiras foi estritamente regulamentado durante a guerra

(n. 1948) Professor Doutor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo – Advogado – Tradutor

Sakoguchi,Ben

Voltando do acampamento

(n. 1938) Pintor e gravador nipo-americano