Entrevistas
Ajudando soldados (Inglês)
(Inglês) No gramado do lado de fora, não havia nem cobertores suficientes para os soldados. Ou seja, todos os feridos estavam deitados na grama. Eu me lembro bem de um rapaz; ele era jovem, um soldado louro. Devia ter uns 18 ou 19 anos. Eu estava tomando conta dele e ele pediu para eu escrever uma carta para a sua mãe. Só que com a minha educação primária, eu não sabia escrever tão bem. Mas ele ditou. Então eu escrevi a carta por ele, e ele me deu o endereço para onde enviá-la. Na manhã seguinte, eu voltei e ele não estava mais lá. Ele tinha morrido naquela noite.
É engraçado como nós fomos expostos a todas aquelas coisas da guerra. Os caminhões do exército ficavam estacionados bem em frente ... O acampamento da plantação ficou cheio de caminhões e tudo o mais. Isso deixou a gente com medo. Nós não podíamos sair.
Então, o que é gozado, umas duas semanas depois eu recebi uma carta de Washington, do Ministério do Exército. Eles haviam checado o nosso histórico. Eles viram que eu era uma estrangeira. Então disseram: “Nós apreciamos o seu apoio” e tudo aquilo, e “Você fez um bom trabalho...” Eu ainda tenho a carta, sabe? Então, por eu ser estrangeira, [eles disseram] “sinto muito” e foi só isso. Eles não queriam que eu ajudasse mais. Eu acho que todos os meus amigos foram proibidos de ajudar, o que foi triste. Ou seja, como eu cresci durante a época da guerra, eu acho que foi uma coisa difícil. Eu era considerada uma “estrangeira inimiga”. Eu não podia sair de casa depois das 6 da tarde. Eu não podia trabalhar perto de um posto do exército. Foi um período difícil para mim.
Data: 19 de fevereiro de 2004
Localização Geográfica: Havaí, Estados Unidos
Entrevistado: Lisa Itagaki, Krissy Kim
País: Watase Media Arts Center, Japanese American National Museum.
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