Entrevistas
Reconhecendo questões de dupla identidade na geração nissei (Inglês)
(Inglês) Eu acho também duas particularidades da comunidade nipo-americana; há uma sensação real de shikata ga nai [expressão em japonês com o sentido de “não se tem o que fazer”]. “É só isso. O que será, será. Não há nada que possamos fazer sobre isso. Precisamos apenas prosseguir. Isso é apenas a vida.” E eu acho que muita dessa transformação vem daí. “Não há nada que possamos fazer quanto ao fato de que estamos em campo [de concentração] agora, exceto [fazer algo] para resgatar nossas vidas juntos novamente e apenas esquecer sobre isso.” Foi uma coisa terrível. “Nós não precisamos pensar sobre isso. Nós não precisamos conversar sobre isso e não precisamos contar aos nossos filhos sobre isso, porque eles não precisam ser sobrecarregados com isso.”
Mas eu acho que, ao mesmo tempo que a transformação está acontecendo, a repressão tem que sair de alguma forma. Certamente, como resultado, eu acho que não só a experiência do campo de concentração foi transformada, mas também a cultura foi transformada. Eu acho que há muita sensação de que queríamos ser tão americanos quanto fosse possível. Nós queríamos ter nossos filhos crescendo como escoteiros e escoteiras. Nós queríamos ter uma bela casa com garagem para dois carros, queríamos estar envolvidos no Lions Club, e sabe, todas essas diferentes, bem clássicas atividades do tipo sonho americano, e tentando evitar ser realmente, realmente japonês.
Data: 23 e 24 de março de 2000
Localização Geográfica: Washington, Estados Unidos
Entrevistado: Margaret Chon, Alice Ito