Os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil em 1908. As famílias vieram para trabalha nas plantações de café, contratados pelos fazendeiros que estavam em busca de mãos de obras baratas. Depois que os Estados Unidos fecharam as portas para a imigração japonesa em 1924, o governo japonês se empenhou em facilitar e acelerar a ida dos imigrantes para o Brasil.
A vida rural era, contudo, muito difícil e muitos trocaram as fazendas pelas colônias recém desbravadas pelos próprios japoneses, ou então, foram para os subúrbios das cidades. A cidade de São Paulo e o seu subúrbio foram as áreas que receberam um grande número destas pessoas.
Na década de 1930, o governo brasileiro foi se tornando cada vez mais cauteloso em relação a entrada dos japoneses, culminando com a introdução do sistema de quotas a partir de 1935, e acabou por proibir a educação em língua japonesa, três anos depois.
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O início da guerra no Pacífico trouxe maiores restrições na vida dos isseis, incluindo a proibição de reuniões e viagens, sem permissão das autoridades. Grupos de moradores nas áreas litorâneas e no centro da cidade de São Paulo foram compulsoriamente evacuados para outras localidades.
A guerra trouxe, outrossim, uma profunda ruptura no seio da comunidade que ficou dividida em duas facções, uma que acreditava na vitória do Japão e a outra que aceitava a sua derrota. O conflito só veio a finalizar em 1954 e um capítulo novo na história dos nikkeis brasileiros se inicia com a entrada de novos imigrantes de pós-guerra, que dura entre 1953 e 1973.
Migração no sentido inverso
Enquanto que no período anterior a guerra, se verificou a saída dos imigrantes da área rural em direção a centros urbanos, pode-se dizer que os que vieram no período pós-guerra contribuíram para reativar durante algum tempo, a agricultura no Brasil. Na década de 1990, contudo, houve um grande fluxo dos nikkeis em direção ao Japão, cujo número chegou a mais de 313.000, devido a ocorrência de recessões econômicas no Brasil.
No momento, com a população estimada de cerca de 1,4 milhão de nikkeis, a comunidade enfrenta uma série de novos desafios como a questão dos idosos e a relativa indiferença de gerações mais jovens nos assuntos que dizem respeito a comunidade.
Fonte:
Akemi Kikumura-Yano, ed., Encyclopedia of Japanese Descendants in the Americas: An Illustrated History of the Nikkei (Walnut Creek, Calif.: AltaMira Press, 2002), 95.
* Texto elaborado em colaboração com o Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brazil.
© 2002 Japanese American National Museum