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PERFIL DO ARTISTA:

Nascida em 1956, em São Paulo, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo.

Madalena Hashimoto tem Mestrado em Gravura pela Universidade de Washington e Doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente leciona nos cursos de graduação e pós-graduação no Centro de Estudos Japoneses dessa Universidade, traduz textos literários e pesquisa xilogravura erótica (shunga) no período Edo. O trabalho de Hashimoto, que já foi exposto no Brasil e nos Estados Unidos, incorpora técnicas e materiais japoneses—tais como xilogravura e papel e tinta washi—bem como influências ocidentais que refletem sua identidade nipo-brasileira.

TRANSCRIÇÃO:

Sou de terceira geração nipo-brasileira. Fui à escola. Amava estudar. Então, a primeira faculdade que cursei foi a de Artes Plásticas, mas dois anos depois, entrei em Letras, na qual estou agora. Por um lado, faço meu trabalho visual como artista e também ensino Literatura Japonesa, o que acho maravilhoso. Não me considero artista profissional do jeito como o mercado entende.

Ano passado, participei de uma exposição em São Paulo e construí uma grande parede e duas paredes laterais, nas quais coloquei milhares de imagens de rostos. Olhando para a exposição, perguntaram-me por que alguns rostos eram orientais ou japoneses. Seria porque eu mesma sou de origem japonesa? Então, o que eu poderia responder? Sim, claro que sou de descendência japonesa e nessa série de milhares de rostos, alguns da minha família estão representados e claro que eles têm esses rostos japoneses. O que eu estava pensando é que há tanta gente no mundo e elas são tão diferentes. Cada uma delas tem uma vida tão rica, então o que eu queria fazer era colocá-las juntas em igual importância.

Gostaria de falar sobre esses trabalhos cujo título é “Vida Pública, Vida Privada”. Começa como uma ideia de falar sobre memórias, minhas memórias ou memórias públicas, memórias de gente que tinha, em alguma época, a minha idade. E crescendo em São Paulo, no Brasil dos anos 60, com toda aquela atividade militar. Eu era criança, mas eu sentia a violência do movimento social. Claro que como criança, não se entende muito bem, então os soldados não parecem ser muito agressivos, porque são vistos com olhos de uma criança. E eu queria expressar todos os sentimentos importantes de não se poder reagir. E eu poderia continuar com este trabalho por mais anos, pensando um pouco mais sobre as memórias que estavam assombrando minha existência. Uma peça não está concluída quando está terminada. Ela pode continuar para sempre como nossas memórias.

* * * * *

Fronteiras Transpacíficas: a arte da diáspora japonesa em Lima, Los Angeles, Cidade do México e São Paulo está em exibição no Museu Nacional Nipo-Americano de 17 de setembro de 2017 a 25 de fevereiro de 2018. A exposição examina as experiências de artistas de ancestralidade japonesa que nasceram, cresceram ou vivem na América Latina ou em bairros predominantemente latino-americanos no sul da Califórnia. Madalena Hashimoto é uma das artistas de destaque nessa exposição.

Para mais informações sobre a exposição, visite janm.org/transpacific-borderlands.

Japanese American National Museum
100 N. Central Ave.
Los Angeles, CA 90012
janm.org

*A exposição é parte da Pacific Standard Time LA/LA—uma iniciativa liderada pela Getty Foundation, que explora a arte latino-americana em diálogo com Los Angeles e foi realizada com um patrocínio dessa Fundação. O atual patrocinador da PST/LA/LA é o Bank of America.

JANM — Atualizado em Dez 20 2019 12:57 p.m.


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