Crônicas Nikkeis n.º 5—Nikkei-go: O Idioma da Família, Comunidade e Cultura
Arigato, baka, sushi, benjo e shoyu—quantas vezes você já usou estas palavras? Numa pesquisa informal realizada em 2010, descobrimos que estas são as palavras japonesas mais utilizadas entre os nipo-americanos residentes no sul da Califórnia.
Nas comunidades nikkeis em todo o mundo, o idioma japonês simboliza a cultura dos antepassados, ou a cultura que foi deixada para trás. Palavras japonesas muitas vezes são misturadas com a língua do país adotado, originando assim uma forma fluida, híbrida de comunicação.
Nesta série, pedimos à nossa comunidade Nima-kai para votar nas suas histórias favoritas e ao nosso Comitê Editorial para escolher as suas favoritas. No total, cinco histórias favoritas foram selecionadas.
Aqui estão as histórias favoritas selecionadas.
Editorial Committee’s Selections:
- PORTUGUÊS:
Gaijin
Por Heriete Setsuko Shimabukuro Takeda
- INGLÊS:
Yokoso Y’all
Por Linda Cooper
- ESPANHOL:
A escola Chuo Gakuen: Semente do prestígio da comunidade japonesa no México
Por Sergio Hernández Galindo
- JAPONÊS:
Brasileira por adoção – Japonesa de coração
Por Marina Tsustui
Escolha do Nima-kai:
- 56 estrelas:
O idioma japonês no dia a dia dos integrantes do Grupo Hikari de Londrina
Por Alba Shioco Hino, Nilza Matiko Iwakura Okano, Kiyomi Nakanishi Yamada
Stories from this series
Brasileira por adoção – Japonesa de coração
12 de Setembro de 2016 • Marina Tsutsui
Minha mãe é nikkei brasileira, meu pai é cidadão japonês e eu nasci no Japão, onde fiquei até nove anos de idade. Em casa, meus pais falavam somente em japonês comigo. Eu frequentava a escola japonesa, como qualquer outra criança japonesa. Estudei desde o hoikuen (jardim de infância) até o 4º ano do shogakko (escola fundamental). Na época, as únicas palavras em português que eu sabia eram “água” e “obrigado”. Não lembro em que situações eu usava estas duas palavras. O …
O Nikkei-go de Bastos
5 de Setembro de 2016 • Rosa Tomeno Takada
Koná goroshono tyomém shensheiga kawashita – será que algum nikkei entenderia esta frase? Trata-se de uma mistura de dialeto com palavra em português, mas com pronúncia japonesa, cuja tradução seria: O professor mandou comprar um caderno assim grosso. Normalmente eu me apresento como uma bastense nata, nascida e criada em Bastos, a cidade mais japonesa do Brasil. Portanto, vou compartilhar aqui um pouco do Nikkei-go que aprendi desde que nasci. Lembro-me de uma série de frases que eu usava no …
Como eu descobri que era uchinānchu
31 de Agosto de 2016 • Javier Takara
Eu morava tranquilamente com os meus avós na quadra 11 da Avenida Arnaldo Marquez no bairro Jesus Maria([em Lima,] onde “quem não tinha um pouco de inga, tinha de mandinga1”), quando os meus pais decidiram me enviar para a escola. Foi só entrar em Jishuryo (Colégio Santa Beatriz) parame ver de repentecercado de “chinos2”, o queme deu um choque tão grande quedemorou para eu me recuperar. (Até então, todos os meus amigos, apesar das advertências da minha obāpara que eu …
Feito no Japão
26 de Agosto de 2016 • Mary Sunada
Esta frase familiar, “made in Japan” ( Nihon-sei ) me lembra minha mãe, Yaeko. Ela nasceu em Gunma, Japão, em 7 de março de 1927. Seus pais, Matsuji e Kichi Niikura, sempre tiveram valores japoneses antiquados. Yaeko era a única filha entre seus três filhos, Hiroshi, Katsumi e Kazuhiko. Ela adorava costurar e desenhar. Seu sonho era ser estilista, mas seus pais tinham outras ideias em mente. Eles queriam que sua filha se casasse e formasse sua própria família. Tudo …
Hai!
23 de Agosto de 2016 • Hudson Okada
Semana sim, semana não, passo em uma mercearia japonesa que fica no quarteirão de minha casa, na Liberdade, para comprar alguns produtos básicos: sushi, shoyu, tofu, arroz... essas coisas. E foi nesse lugar que eu conheci uma garotinha que já é uma verdadeira atleta. A chamo assim, porque, apesar de ainda muito nova – uns três ou quatro anos –, essa garota já é um ser fenomenal, incansável, fora de série, olímpico até. Me lembro que, nesse dia, só durante …
Yokoso Y’all
17 de Agosto de 2016 • Linda Cooper
Há 30 anos atrás, para minha grande satisfação, ocorreram dois acontecimentos que serviram para encapsular a minha herança biculturalhapa. Eu sou filha de mãe japonesa e de pai sulista tradicional [Southern gentleman, lit., “cavalheiro sulista”], um militar de carreira do exército americano que conheceu e se casou com a minha mãe no Japão após a Segunda Guerra Mundial. Apesar ter viajado pelo mundo com os meus pais na época que o meu pai estava no exército, eu passei a maior …