Nikkei-go: O Idioma da Família, Comunidade e Cultura

Crônicas Nikkeis #5
Nikkei-go: O Idioma da Família, Comunidade e Cultura

Arigato, baka, sushi, benjo e shoyu—quantas vezes você já usou estas palavras? Numa pesquisa informal realizada em 2010, descobrimos que estas são as palavras japonesas mais utilizadas entre os nipo-americanos residentes no sul da Califórnia.

Para os nikkeis, o idioma japonês simboliza a cultura dos antepassados, ou a cultura que foi deixada para trás. Palavras japonesas muitas vezes são misturadas com a língua do país adotado, originando assim uma forma fluida, híbrida de comunicação.

Aceitamos o envio de histórias de maio a setembro de 2016; a votação foi encerrada em 31 de outubro de 2016. Todas as 23 histórias (7 em inglês, 3 em japonês, 2 em espanhol, e 13 em português) foram recebidas dos Estados Unidos, Brasil, Canadá, México e Peru.

Muito obrigado a todos que enviaram suas histórias à série Nikkei-go!

Nesta série, pedimos à nossa comunidade Nima-kai para votar nas suas histórias favoritas e ao nosso Comitê Editorial para escolher as suas favoritas. No total, cinco histórias favoritas foram selecionadas.

Aqui estão as favoritas!!


A Favorita do Comitê Editorial

Português | Inglês | Espanhol | Japonês

Português:

  • Gaijin
    Por Heriete Setsuko Shimabukuro Takeda

    Comentário de Laura Hasegawa
    Ficamos orgulhosos pelo número expressivo de trabalhos de nikkeis brasileiros concorrendo ao Nikkei-go! São 11 autores e 13 crônicas das mais diversas, cada qual abordando tópicos interessantes e motes divertidos numa gama de qualidades inerentes. Ma a nossa missão é escolher apenas uma!

    Selecionamos um relato de beleza singular, profundamente sincero ao falar do legado dos antepassados e que transmite um sentimento de saudade e de arrependimento por “algo” que não deveria ter sido perdido... A autora Heriete Setsuko Shimabukuro Takeda em seu “Gaijin” soube retratar o que muitos nikkeis buscam resgatar, que é a herança deixada pelos antepassados e, o que também é importante, transmitir essa cultura herdada às novas gerações.

    E por conta do número significativo de contribuições em português, foi nos dada oportunidade para escolher mais um trabalho e, desta vez, houve empate entre “Né?” de Hudson Okada e “Daikon, kabu, akadaikon, akakabu” de Nilton Suenaga. Segundo Hudson a palavra né combina muito com o modo de ser japonês e Nilton descobriu através da culinária o “suenaguês” usado em sua família.

    Os três trabalhos escolhidos valem a pena ser traduzidos para as outras línguas do site, pois testemunham muito bem o que é o Nikkei-go falado no Brasil!

Inglês:

  • Yokoso Y’all
    Por Linda Cooper

    Comentário de Gil Asakawa
    Todos os trabalhos enviados foram muito bem escritos e de alto nível, mas o meu favorito foi “Yokoso Y’all”. Esse artigo ganhou o meu voto por causa do seu tom pessoal e coloquial e pela sua franqueza. Eu gostei do trabalho já começando com o título, o qual deixa claro o tema central que Linda Cooper quis abordar.

    Minha esposa tem primos em Atlanta (e eu morei na Virgínia durante os meus “anos impressionáveis” de garoto) e é sempre algo inusitado—apesar de eu não saber bem porque me parece tão surpreendente—escutar nipo-americanos falando com sotaque sulista. [Nota do Tradutor: Equivalente a nipo-brasileiros falando com sotaque nordestino.]

    Além disso, gosto de ver como é a experiência de vida das pessoas mestiças, e gostei de ler as anedotas interculturais sobre ela ser confundida com hispânica ou seu amigo ser confundido com índio americano.

    Parabéns à Linda Cooper por ter captado a essência da sua vida e por tê-la compartilhado tão generosamente com a gente!

    Comentário de Patricia Wakida
    Para muitos nikkeis, as palavras japonesas vêm embutidas no idioma do seu país adotado, e eu adorei como “Yokoso Y’all” demonstra como uma língua híbrida pode ser fluida e deliciosa. Através de anedotas divertidas, a autora Linda Cooper criou uma história encantadora sobre como suas raízes nikkeis acrescentaram dimensões de complexidade à sua vida, e quão profundamente a cultura, tanto a japonesa como a do sul dos E.U.A., combinadas de forma única com gírias e frases em inglês e japonês, formaram a sua identidade. Sua voz pertence completamente a ela própria, algo especialmente importante numa série das Crônicas Nikkeis que tem como foco o Nikkei-go—na qual as palavras têm realmente importância.

Espanhol :

  • A escola Chuo Gakuen: Semente do prestígio da comunidade japonesa no México
    Por Sergio Hernández Galindo

    Comentário de Javier García Wong-Kit
    O idioma representa a identidade nikkei no artigo de Hernández Galindo, e a história da Escola Chuo é original porque era um ícone especial para muitos nikkeis no México. A investigação sobre o assunto nos permite aprofundar o nosso conhecimento sobre uma das maiores preocupações dos imigrantes japoneses: a importância de passar aos seus filhos o mesmo idioma que os havia proporcionado uma valiosa educação. A investigação detalhada de Hernández Galindo demonstra que ele é um pesquisador dedicado à cultura e às raízes da imigração japonesa. A informação que ele oferece sobre o contexto político e social é uma grande contribuição para os estudos daquele período.

Japonês :

  • Brasileira por adoção – Japonesa de coração
    Por Marina Tsutsui

    Comentário de Yoshiyuki Asahi
    Nesta oportunidade, foram três artigos na língua japonesa que me foram apresentados para apreciação. Cada um deles relata de maneira cuidadosa e de fácil compreensão a vida dentro da sociedade nikkei. Através dessa leitura foi possível conhecer as diversas questões que tiveram de enfrentar até agora, cada um no seu dia a dia. Todas as três crônicas possuem conteúdos maravilhosos.

    A minha escolha recaiu sobre o artigo “Brasileira por adoção – Japonesa de coração” de Marina Tsutsui. Numa linguagem clara, Marina conta a sua própria história de vida, desde seu nascimento no Japão até sua chegada ao Brasil e a maneira como estudou o português. Por exemplo: atualmente, mesmo falando português sem nenhum problema, ela usa palavras japonesas como Itadakimasu, Gomem,Daijobu, Itai, ou quando a palavra em português não lhe vem à cabeça, acaba falando japonês.

    Eu penso que o fato de estar se desenvolvendo como um membro na sociedade local, ao mesmo tempo não esquecendo que é japonesa, é algo que toda pessoa que vive na sociedade nikkei tem experimentado. Neste aspecto o artigo mostra claramente que as palavras têm uma profunda influência em nossas vidas. Considero-o como sendo o meu favorito e recomendo a todos a sua leitura.

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Comitê Editorial

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