Itadakimasu 2! Um Novo Gostinho da Cultura Nikkei

Crônicas Nikkeis #6
Itadakimasu 2! Um Novo Gostinho da Cultura Nikkei

Como a comida que você come expressa a sua identidade? Como a culinária ajuda a criar laços na sua comunidade e a unir pessoas? Que tipos de receitas foram passadas de geração à geração na sua família? Itadakimasu 2! Um Novo Gostinho da Cultura Nikkei revisitou o papel da culinária na cultura nikkei.

Aceitamos o envio de histórias de maio a setembro de 2017; a votação foi encerrada em 31 de outubro de 2017. Todas as 22 histórias (9 em inglês, 2 em japonês, 4 em espanhol, e 7 em português) foram recebidas dos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Peru.

Muito obrigado a todos que enviaram suas histórias à série Itadakimasu 2!!

Nesta série, pedimos à nossa comunidade Nima-kai para votar nas suas histórias favoritas e ao nosso Comitê Editorial para escolher as suas favoritas. No total, cinco histórias favoritas foram selecionadas.

Aqui estão as favoritas!!

A favorita dos Nima-kai

Tudo começou na pensão da dona Miyoko
Por Iraci Megumi Nagoshi


A Favorita do Comitê Editorial

Português | Inglês | Espanhol | Japonês

Português:

  • Um legado precioso ... e delicioso
    Por Katsuo Higuchi

    Comentário de Laura Hasegawa
    Coube a nós a tarefa de ler e avaliar as contribuições em língua portuguesa para o Itadakimasu 2! Um gostinho da Cultura Nikkei, o que foi muito agradável. Todas as sete histórias tratam o tema da cultura alimentar dos nikkeis brasileiros de maneira clara e muito interessante e, a sua grande maioria, fala da culinária tradicional japonesa transmitida pelas avós e mães. Ao mesmo tempo, traz à tona episódios que mostram de maneira pitoresca a influência da cultura alimentar do Brasil na mesa das famílias nikkeis.

    Ganhou a nossa preferência a história Um legado precioso... e delicioso de Katsuo Higuchi, um comovente relato sobre d. Aiko, cuja habilidade em cozinhar é descrita de forma detalhada. Começando com a comida simples do dia a dia até chegar aos botamochi feitos com tanto carinho, à medida que a leitura avança, o nosso coração transborda de amor por essa senhorinha. Trata-se de uma singela homenagem que Katsuo Higuchi presta à sua mãe de 96 anos.

    Há que se destacar mais uma crônica, essa, com um enfoque diverso das demais: Aconteceu no Restaurante Misuzu. Honto Ni! de Chico Pascoal. O restaurante Mizusu localizava-se no conhecido bairro oriental da Liberdade, onde eram servidos yakimeshi e yakizakana, misoshiru e cerveja, mas que tinha algo que o distinguia: só abria depois de 22 horas e era o ponto de encontro da boemia nas décadas de 1980 a 1990, na capital de São Paulo.

Inglês:

  • Sukiyaki de Matsutake
    Por Susan Yamamura

    Comentário de Nancy Matsumoto
    A muitas facetas da história nikkei, da vida familiar e das tradições culinárias evocadas na série Itadakimasu 2! fez com que a leitura de cada narrativa fosse um prazer e a escolha de uma “favorita” se tornasse uma dificuldade. No entanto, o que se destacou em Sukiyaki de Matsutake de Susan Yamamura foi como – através de uma linguagem simples, direta e comovente – ela expressa o seu profundo amor pelos membros já falecidos da sua família ao se recordar de uma caça a cogumelos e de um jantar familiar de anos atrás.

    A sua história narra com discreto humor a seriedade e a confidencialidade com respeito à caça ao matsutake (nem mesmo o marido pode tomar conhecimento dos lugares de caça super-secretos da família). Na evocativa cena final no acampamento, a sua mãe prepara com alegria o sukiyaki de matsutake para o jantar. Nós ficamos tão imersos na história que é quase uma surpresa quando a câmera se distancia e a narradora nos lembra que o jantar não poderia ser recriado hoje em dia porque muitos dos seus “ingredientes” não existem mais. O que pareceu tão real, tanto para a narradora quanto para nós, é na verdade uma preciosa memória de infância que “o tempo poliu, até ficar com um brilho dourado e rosado”.

    Comentário de Soji Kashiwagi
    Sendo nipo-americano, eu já vi matsutake vendido em supermercados de Japan Town por preços bem acima do que eu tinha condições de pagar. Eu já ouvi falar de famílias nipo-americanas viajarem para locais remotos e secretos nas montanhas em busca do “ouro em forma de cogumelo”. Mas nunca havia vivenciado a caça aos matsutake até Susan Yamamura me levar nas Cascade Mountains no estado de Washington através da sua narrativa Sukiyaki de Matsutake. Esta jornada tipicamente nipo-americana na qual ela me levou – da planificação até a chegada no “lugar secreto” da família, assim como a sua descrição da bela paisagem – era tudo o que eu poderia desejar. Mas o que eu achei mais tocante nesta história foi o retorno da família ao acampamento e o cuidado e amor da sua mãe ao preparar o sukiyaki de matsutake. Com a sua mãe, pai, irmã e avós ao redor da mesa, aquela é sem dúvida uma refeição a ser lembrada e saboreada para o resto da vida. Eu só espero que Susan faça sukiyaki de matsutake mais uma vez – e assim passe adiante aos membros da sua própria família a tradição, os sabores e a deliciosa história da caça aos matsutake, para que as futuras gerações possam conhecer e saborear o que significa ser nipo-americano.

Espanhol :

  • Épocas difíceis para a mamãe, boas lembranças para mim
    Por Milagros Tsukayama Shinzato

    Comentário de Enrique Higa
    Às vezes, a comida pode funcionar como uma máquina do tempo, quando um prato nos transporta até a infância – aquela época que a comida da mãe era a melhor do mundo, e cada prato não era apenas alimentação para encher o estômago, mas sim uma expressão de afeto de uma mãe que botava todo o seu amor em cada coisa que nos preparava.

    O artigo de Milagros Tsukayama é uma sentida homenagem à sua mãe com a qual qualquer um de nós pode se identificar. De alguma forma ela consegue fazer com que a gente sinta a sua história como se fosse a nossa. A dedicação incondicional e a abnegação silenciosa da sua mãe, seus esforços para dar o melhor à sua filha, são um espelho no qual muitos de nós podemos ver refletidas as nossas mães.

    Essa identificação chega também à comida. Especificamente, à japonesa. Como diz a autora, agora em Lima é fácil encontrar comida japonesa (ou nikkei); se quiser, você pode comê-la todos os dias. No entanto, quando éramos crianças a comida japonesa era reservada para ocasiões especiais (duas ou três vezes por ano), e cada uma dessas ocasiões era aguardada ansiosamente porque o sushi, o kamaboko, ou o moti preparados pela sua oba (avó), suas tias e sua mãe eram motivos de comemoração.

Japonês :

  • Suzano se orgulha por ser o berço do Yakisoba – Pastifício Hirotani e Bunkyo juntos na divulgação pelo Brasil
    Por Kohei Ohsawa

    Comentário de Shigeru Kojima
    Foi-me dada a oportunidade de ler os dois artigos em japonês para o Itadakimasu 2! Um Novo Gostinho da Cultura Nikkei. Apesar de terem sido apenas dois os trabalhos inscritos, a sua leitura foi profundamente interessante e muito difícil a escolha da história favorita, pois ambas primam pelo conteúdo e pelo conhecimento que seus autores têm da comunidade nipo-brasileira. De um lado, a matéria sobre o berço do Yakisoba no Brasil e, de outro, o artigo que discorre sobre o prato representativo da culinária brasileira que é a Feijoada e sua estreita ligação com o kenjinkai. Minha escolha recaiu sobre a primeira história – Suzano se orgulha por ser o berço do Yakisoba – Pastifício Hirotani e Bunkyo juntos na divulgação pelo Brasil de Kohei Ohsawa, que considero estar mais próxima do tema Um Novo Gostinho da Cultura Nikkei.

    O autor pesquisou sobre o local de origem do yakisoba, o prato japonês que se tornou conhecido dos brasileiros em geral, indo até a cidade de Suzano e coletando informações no Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa) local, na Associação de Senhoras e também no Pastifício Hirotani Seimei. Através desse relato detalhado, pude me convencer de que houve de fato um background favorável e, ao mesmo tempo, fez-me lembrar da versão de que foram os chineses que começaram a fazer Yakisoba na Liberdade, o chamado Bairro Oriental da cidade de São Paulo. No início, surgiram várias teorias, tornando difícil estabelecer uma evidência objetiva, mas a teoria de Suzano ser o berço do Yakisoba deve ser a mais plausível.

    artigo de Masayuki Fukasawa sobre a Feijoada e sua estreita ligação com o kenjinkai também demonstra conhecimento sobre a relação do nikkei com a comida e é muito sugestivo. A tradicional Feijoada da Associação Okayama Kenjinkai é um evento que vem sendo organizado há mais de dez anos. Além de ter o atrativo de “cozinhar uma vez para retirar a gordura, temperar com sal em quantidade moderada e cozinhar lentamente para obter o máximo de sabor”, é um precioso testemunho da transmissão e transformação da cultura alimentar nikkei.

    Ainda há muito que se esperar, tanto do Yakisoba como da Feijoada. Doravante, espero apreciar com muito interesse o seu desenrolar.

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Comitê Editorial

Estamos profundamente gratos pela participação do nosso Comitê Editorial:

Agradecemos à Jay Horinouchipelo design de nosso emblema do projeto Itadakimasu 2, bem como aos nossos voluntários incríveis e parceiros que nos ajudaram a rever, editar, disponibilizar os arquivos online e a promover este projeto!

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