ITADAKIMASU! Um Gostinho da Cultura Nikkei

Crônicas Nikkeis #1
ITADAKIMASU! Um Gostinho da Cultura Nikkei

Crônicas Nikkei #1—ITADAKIMASU! Um Gostinho da Cultura Nikkei foi nossa primeira tentativa organizada de solicitar histórias focadas em um único tema. Todos os 49 artigos (35 em inglês; 10 em japonês; 4 em espanhol; 3 em português) recebidos de vários países podem ser encontrados online.

Agradecemos a todos que enviaram seus relatos sobre a culinária nikkei!

Nosso Comitê Editorial examinou todos os artigos enviados até 30 de setembro e selecionou seu artigo favorito em cada idioma. Aqui estão as suas escolhas!


A Favorita do Comitê Editorial

Português | Inglês | Espanhol | Japonês

Português:

  • Ofukuro no aji: O missoshiru de mandioca da dona Shizuka
    Por Rosa Tomeno Takada

    Comentário de Laura Hasegawa
    Sem desmerecer os demais trabalhos, este foi um relato surpreendente, pois além de oferecer antigas receitas de família tão trabalhosas quanto deliciosas, deu-nos uma visão de como era a vida dos primeiros imigrantes. Quando eu ia imaginar que lagartixa e tatu-galinha iam para a mesa, ao lado do gohan e do missoshiru?

    Já li muita coisa sobre a vida dos primeiros imigrantes, mas a história de Rosa Takada me emocionou, fez com que eu refletisse sobre a vida de extrema dureza dos pioneiros. E como eram criativos na cozinha! Eu tiro o chapéu!

    Comentário de Alexandre Ratsuo Uehara
    Primeiro, gostaria de parabenizar a iniciativa da Discover Nikkei em encorajar as pessoas a relatarem suas histórias pessoais com alimentos. Por experiência própria, eu posso dizer que, a culinária japonesa é uma das mais fortes contribuições da cultura japonesa para o Brasil. Por exemplo, nas cidades metropolitanas aqui, como São Paulo, há comida japonesa em quase todas as churrascarias.

    Selecionei o artigo “Ofukuro no aji: O missoshiru de mandioca de dona Shizuka", escrito por Rosa Takada, porque envolve o leitor com sua riqueza de detalhes. Um exemplo é quando nomeia cada um dos ingredientes e descreve o processo para fazer a comida. Essa narrativa acaba estimulando sensações e provocando emoções no leitor.

    O artigo também envolve o leitor, em minha opinião, quando a autora menciona as ações de sua mãe, a distribuição de Misso entre seus irmãos e como o missoshiru feito com Misso obaatcham era apreciado por netos. No final, a autora trasporta o leitor do passado para o presente ao contar que refez o missoshiru especial da sua mãe, com os mesmos ingredientes. E a maior busca de envolvimento do leitor é quando ela convida a todos para terem a mesma experiência, colocando a receita em prática.

Inglês:

  • Autênticos
    Por Barbara Nishimoto

    Comentário de Nina Kahori Fallenbaum
    Nikkeis em todo o mundo poderão se identificar com as vívidas lembranças encontradas neste artigo sobre a culinária campestre, como também com as descrições carinhosas dos pais e da vida familiar. Uma tremenda complexidade é transmitida em apenas umas poucas palavras: a união e os desafios formados pelo fato dela ter crescido entre poucos outros nikkeis, e a doce lembrança das “tartarugas” inarizushi feitas pela sua mãe. “A cozinheira de verdade usa o que tem ao seu dispor” diz a mãe de Nishimoto, evocando a orgulhosa tradição de seguir o fluxo das estações, de flexibilidade e frugalidade que perdura em toda a diáspora japonesa. Apesar das dificuldades, o amor e o carinho expressados na família Nishimoto através da culinária certamente irá ecoar através de culturas e circunstâncias distintas.

    Comentário de Nancy Matsumoto
    Eu gostei da garra e honestidade encontradas em Autênticos de Barbara Nishimoto, e do orgulho desafiador que ela demonstra pelo fato da sua família não ter se comportado como estereótipos asiáticos. Suas descrições dos pratos simples “do campo” que a sua mãe nisei preparava me fazem lembrar dos pratos que a minha mãe a avó faziam – muitos deles eram os mesmos. A maneira que ela associa estes pratos a uma identidade nipo-americana autêntica e personalizada é forte e comovente. Apesar de eu não ter crescido me sentindo isolada e ostracizada, este ensaio me fez sentir as dores da autora de uma forma profunda, e trouxe à tona uma visão da minha própria infância, da mesa de jantar como um círculo mágico onde as mágoas e as feridas do mundo de fora não existiam.

     

    Tantas histórias incríveis foram enviadas em inglês que o comitê teve dificuldade em escolher sua favorita. Por essa razão, eles decidiram anunciar que a segunda colocada ficou logo atrás da vencedora.

    Minha Canção “Sukiyaki Log Cabin”  
    Por Tamiko Nimura

    Comentário de Nina Kahori Fallenbaum
    Nunca existiu uma “experiência fundamentalmente nikkei”, nem é necessário que exista uma. Mas a de Tamiko Nimura chega bem perto. Seu relato vibra com descrições do Sukiyaki Log Cabin predileto de sua família. Eu quase senti o sabor do molho que ela descreve de forma tão carinhosa, com a surpreendente adição de um produto tipicamente norte-americano, o xarope de ácer.

    Ainda assim, sua história também é universal. Qualquer pessoa que perdeu um parente pode se identificar com a sua afeição e curiosidade, ou com a responsabilidade de “deixar para trás a mesa das crianças” para levar adiante uma parte do legado familiar. Para a sua família, este legado é representado pelo molho de sukiyaki.

    Eu espero que seu relato inspire nikkeis de todo o mundo a manter suas preciosas receitas mesmo que constantemente criem outras novas. Cada uma delas conta uma história.

    Comentário de Nancy Matsumoto
    Tem tantas coisas que eu gostei neste belo relato. O uso do xarope de ácer Log Cabin como adoçante para o sukiyaki é um excelente exemplo da ingenuidade issei. Eu adorei a imagem do “lar fronteiriço fundamentalmente americano” ser subvertido e transformado no “prato fundamentalmente nipo-americano”, como tantos isseis e niseis calmamente reivindicaram seu direito de ser tanto americanos quanto japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. A descrição da família da escritora como uma que “demonstra seu espírito comunitário menos com palavras e mais com reuniões familiares e comida” e o ato de preparar um prato favorito em parte para trazer a memória de um ente querido de volta à mesa são coisas com as quais muitos nikkeis também poderão se identificar.

Espanhol :

  • Estoicismo Japonês
    Por Ariel Takeda

    Comentário de Alberto J. Matsumoto
    Um relato de como um nikkei de mãe chilena descobre a verdadeira cozinha japonesa. Seu modo de escrever nos ajuda a imaginar seu descobrimento de cada segredo encontrado nesta, digamos, “incerteza”. É um relato simpático e acolhedor que nos leva aos momentos quando Ariel passou por aquelas sensações.

    Cada artigo é uma lembrança de seus avós ou pais, e em alguns casos uma revalorização daqueles costumes e daqueles pratos feitos do modo caseiro com os ingredientes disponíveis em cada época. Além disso, pode-se notar a nostalgia com a qual os primeiros imigrantes japoneses esperavam pela chance de comer seus pratos favoritos com ingredientes “Made in Japan”.

    Comentário de Amelia Morimoto
    Em primeiro lugar, o humor fino que encerra [o artigo] (a cena do wasabi acontecia com muita frequência no Peru há algumas décadas atrás, quando muitos poucos conheciam o sushi, apesar de que já era servido em buffets com convidados não nikkeis), acredito que outros se divertirão com ele também. Em segundo lugar, porque, dentre todos [os artigos enviados], eu o achei o mais bem estruturado e escrito.

    Os artigos que nos chegaram do Chile e da Argentina têm um caráter muito íntimo sobre lugares nikkeis ou japoneses, e isso – precisamente – os fazem atraentes porque demonstram a transmissão da cultura através do lado feminino, com as lembraças e os ensinos de avós e mães, como também dos pais. Essa é uma outra faceta de nossas história que conhecemos muito pouco.

Japonês :

  • A história dos Picles da vovó: O rakkyo da vovó ganha o mundo
    Por Asami Goto

    Comentário de Yukikazu Nagashima
    Na sua grande maioria, foram trabalhos de ótimo nível que eu li com bastante interesse. E escolhi o texto de Asami Goto por considerá-lo dentro do tema proposto.

    Nele são contadas três histórias. A primeira fala sobre o tsukemono da casa do tio de Honolulu estar ligado às raízes de sua família do Japão. Na segunda, a autora retorna ao Havaí levando o tsukemono caseiro japonês, o que cria uma conexão psicológica com as senhoras da Associação Budista, que relembram com saudades como era a comida de suas mães. Por último, como essas duas “descobertas” despertam na autora o desejo de abrir seu negócio de tsukemono.

    Tais histórias se juntam de modo sucinto e nos fazem sentir o quanto a autora está empenhada em concretizar essa ideia. Espero que esse empreendimento tenha sucesso.

    Também achei interessante o artigo de Yasuko Nakamachi sobre o papel do restaurante de chop suey e de como os clientes apreciavam os Biscoitos da Sorte.

    Comentário de Hirochika Nakamaki
    O sabor do tsukemono descoberto pela autora quando foi a Honolulu estudar e conhecer parentes. Diferente dos picles de pepino que os americanos apreciam, era o takuan e a conserva de gengibre que a avó nikkei americana fazia. Os nikkeis mais antigos que frequentam a Associação Budista também apreciam as conservas japonesas como o rakkyo umeboshi. Não obstante serem simples tsukemono, é inegável que não podem faltar na refeição japonesa.

    A tradição da cultura alimentar japonesa tende a ser herdada por famílias e organizações; mas o que me deixou curioso foi a proposta da autora de manter essa tradição através de seu novo empreendimento. Sabores sutis refletem a identidade de um povo e também influenciam os negócios com o exterior, característica ímpar de um mundo moderno e globalizado.

    Tenho também em alta consideração o artigo escrito por Naomi Kimura sobre o okaki e o umeboshi “Hanaume” do Brasil, assim como o trabalho de Yasuko Nakamachis falando dos Biscoitos da Sorte.

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