Para a 26ª edição desta série, conversamos com Naosa Fuse (59), editora-chefe da Kojiro Publishing (Representante: Ryuichiro Kawarazaki). A revista mensal da empresa, "Pindorama", é um jornal gratuito que publica regularmente informações sobre o Brasil em japonês e foi reconhecida em uma pesquisa japonesa como um dos principais jornais gratuitos japoneses do mundo. Desde seu lançamento em 2006, ela é adorada por expatriados japoneses que vivem no Brasil e por nipo-brasileiros que sabem ler japonês, sendo uma das poucas revistas informativas em língua japonesa publicadas no Brasil.
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Isto marca o 18º ano desde que a revista foi publicada pela primeira vez.
A revista mensal da empresa, Pindorama, publicou sua edição preparatória inaugural em junho de 2006, e este ano marca seu 18º ano desde então. Este mês, a 214ª edição foi publicada sem problemas. A marca registrada da empresa é o nome e o logotipo do gato de estimação do CEO Kawarazaki, e o nome da revista, "Pindorama", tem origem na língua indígena tupi brasileira e significa "terra da palmeira", referindo-se à região que hoje é o Brasil.
O representante Kawarazaki (que mora no Brasil há 31 anos) sentiu que definitivamente haveria necessidade de uma revista de informação brasileira em japonês que fosse publicada regularmente no Brasil. Damos importância a ser uma publicação "regular" e mantemos um estilo "mensal" desde o nosso início. A publicação mensal nunca foi interrompida.
Desde a pandemia de 2020, muitos anunciantes do setor de serviços foram duramente atingidos, com o volume de publicidade reduzido pela metade, fazendo com que a empresa passasse pelo seu período mais difícil desde sua fundação. No entanto, eles conseguiram superar as dificuldades reduzindo o número de páginas, que vinha aumentando constantemente junto com o número de anúncios, para menos da metade, e agora os anunciantes anteriores estão retornando e novos anunciantes também estão aparecendo.
Desde o seu lançamento, a empresa nunca teve a visão de expandir seus negócios, e seu lema tem sido publicar uma "revista interessante". Ao transmitir o "Brasil desconhecido", a esperança é que "os japoneses aprendam sobre a diversidade cultural e os valores do Brasil e enriqueçam ainda mais suas vidas".
Um tesouro sem fim da cultura brasileira
Quando foi publicado pela primeira vez, as pessoas disseram que "fracassou depois da terceira edição", mas continuou a ser publicado por 18 anos. O conceito era ser uma "revista geral que apresentasse a sociedade e a cultura brasileira em geral", diferenciando-a dos jornais de língua japonesa especializados na sociedade nipo-brasileira e na cultura japonesa. A revista se esforça para cobrir uma ampla gama de tópicos, incluindo turismo, esportes, culinária, música, literatura, política, economia e história da imigração, e seus artigos foram escritos por uma gama diversificada de colaboradores, incluindo não apenas escritores profissionais, mas também guias turísticos brasileiros, professores universitários, cantores, advogados, médicos, vendedores ambulantes, donas de casa, instrutores de escolas de mangá, acupunturistas e artesãos de ramen.
"Por meio do Pindorama, continuamos a explorar as veias da cultura brasileira e, quanto mais exploramos, mais novas preciosidades encontramos e mais gritamos de alegria", diz o editor-chefe Fuse.
Por cerca de um ano e meio após seu lançamento, a revista foi pouco conhecida e teve dificuldades para vender publicidade, mas as vendas de publicidade aumentaram gradualmente e, na época da pandemia, a revista havia crescido para um volume de mais de 50 páginas. Quando foi publicado pela primeira vez, estava disponível apenas em versão impressa, mas agora a última edição e artigos de edições anteriores podem ser lidos on-line, então as informações são compartilhadas com leitores não apenas no Brasil e no Japão, mas em todo o mundo.
Começou a fornecer informações imobiliárias úteis
Em 2011, quando Pindorama se tornou popular entre os japoneses que viviam em São Paulo, publicamos um guia em japonês chamado Rakuraku São Paulo, que abordava quase tudo relacionado à vida cotidiana na área, incluindo turismo, assistência médica, alimentação, entretenimento, compras, educação e infraestrutura de moradia. Foi editado para ajudar pessoas que moram em São Paulo pela primeira vez a começar uma nova vida "facilmente". É um livro grande e colorido, com mais de 200 páginas, e levou muito tempo para ser produzido, mas foi bem recebido além das expectativas, e uma nova edição foi publicada a cada dois anos até 2020.

A empresa também está envolvida em auxiliar organizações japonesas na produção de revistas comemorativas e histórias pessoais e, desde o ano passado, iniciou um novo empreendimento comercial em que fez parceria com uma grande imobiliária brasileira para intermediar apartamentos para aluguel em São Paulo para expatriados.
Aos 40 anos, o editor-chefe da Fuse decidiu recomeçar e se mudou para o Brasil. No Japão, ele trabalhava como professor em uma escola preparatória e não tinha experiência em edição, mas se encontrou no Brasil, que ele considera "cem milhões de vezes mais divertido que o Japão", e encontrou sucesso tanto pessoal quanto profissionalmente. Recentemente, ela também se interessou em fazer doces mais saudáveis e começou a vendê-los em pequena escala.
"Nunca imaginei que no Japão começaria a fazer doces quando estivesse perto dos 60 anos. O apelo do Brasil, onde você pode criar livremente sua própria vida e assumir a responsabilidade por ela, é infinito", diz ela com um sorriso brilhante. Como uma pequena editora, temos flexibilidade para fazer o que quisermos, então planejamos continuar assumindo projetos interessantes no futuro, não apenas na área editorial.
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*Este artigo foi reproduzido do Brazil Nippo (13 de abril de 2024).
© 2024 Tomoko Oura