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Minha determinação como nipo-americano de terceira geração - Parte 2

Com parentes em Passo Fundo

Leia a Parte 1 >>

Meus pais que trabalharam duro para me criar no Japão

No entanto, meu pai e minha mãe tiveram que passar por mais dificuldades do que eu poderia imaginar, e eles criaram a mim e a minha irmã maravilhosamente em um país onde não falávamos muito o idioma. Minha mãe não escondia o fato de ser brasileira. Ela assumiu o papel de oficial da PTA em uma escola primária e secundária, algo que até os japoneses relutavam em fazer.

Minha mãe sempre dizia nas reuniões de pais e professores: "Sou brasileira. Não sei ler nem escrever muito bem, mas se houver algo que eu possa fazer para ajudar, farei". É por isso que as mães que conheceram minha mãe sempre me disseram: “A mãe de Ayori-chan é verdadeiramente admirável”.

Meu pai também era muito trabalhador, nunca reclamava de nada e sempre estava ao meu lado quando eu tinha um problema. Meu pai é um trabalhador muito esforçado e tem quase 10 qualificações em eletricidade. E este ano obtive o título de eletricista, o que é difícil até para os japoneses. Levei cerca de quatro anos para obter essa qualificação e estudei muito todos os anos durante o período de teste, carregando um livro cheio de termos difíceis e kanji, e este ano finalmente consegui passar no segundo teste técnico.

Meus pais são inegavelmente brasileiros. Mas estou muito orgulhoso de meus pais.

Também tenho orgulho dos meus avós que criaram meus pais. Morei com minha avó durante o ano passado e pude ouvir muito sobre como ela veio para o Brasil e como morou lá.

Minha avó imigrou para o Brasil aos 20 anos. Ele disse que passou por muitas experiências difíceis antes de vir para Colônia Ibochi. Ele disse que houve um tempo em que era difícil alimentar os filhos porque os clientes não pagavam. Depois de chegar a Colônia, ele nos contou que começou a cultivar terras não cultivadas do zero para cultivar uvas e hortaliças.


Por que decidi anunciar publicamente meu nome brasileiro

Minha pesquisa na universidade foi sobre o contexto histórico da imigração brasileira e as dificuldades enfrentadas pela primeira geração de imigrantes do pré e pós-guerra, bem como pelas gerações subsequentes. Ouvir as experiências da vida real da minha avó ajudou-me a compreender ainda mais.

A razão pela qual escolhi este tópico foi para explorar como deveria viver minha vida futura como imigrante japonês de terceira geração. Até entrar na universidade, registrei meu nome na escola como “Ayori Hayashi”. Porém, depois de me tornar um estudante universitário, decidi me declarar publicamente “Hayashi Geovana Ayori”.

A razão foi que eu queria provar que era eu. Enquanto eu vivia minha vida como ``Ayori Hayashi'', em algum lugar do meu coração eu escondia o fato de que era brasileiro.

Porém, para saber que raízes tenho e como devo viver, decidi adotar um nome diferente. Na verdade, mencionei este nome tanto quando estava à procura de emprego como durante a minha formação docente, mas algures no meu coração sempre senti que faltava alguma coisa.

Agora você sabe a resposta. Isso porque mesmo sendo brasileiro, eu não sabia nada sobre o Brasil, e não conseguia me identificar totalmente como japonês ou brasileiro, e não conseguia descobrir quem eu era.


procurando meu lugar

Eu não sabia quem eu era, então não havia como pensar sobre que tipo de trabalho faria ou como ganharia a vida.

Porém, quando tive a oportunidade de vir ao Brasil, aprendi sobre as dificuldades pelas quais passaram os isseis (geração da minha avó) e os nisseis (geração dos meus pais) e contribuíram para a formação da sociedade nikkei de hoje. existo como descendente de pessoas que viveram vidas muito mais espetaculares do que as informações que encontrei em livros no Japão.

No último ano, morei na Colônia Ibochi, vi com meus próprios olhos a posição dos nipo-americanos na sociedade brasileira, conversei com muitos isseis e nisseis e conheci muitas crianças de terceira geração como eu. capaz de encontrar um pouco meu próprio modo de vida interagindo com eles.

Fotos da viagem à praia deste ano com meu tio, avó e primos.

Cresci no Japão, então me considero japonês.

Mas também sou brasileiro. O país de origem dos meus avós é o Japão, e o país de origem dos meus pais é o Brasil. Estes dois países são os meus países de origem e pude perceber que tenho um lugar em ambos os países.

Se eu não tivesse nascido no Brasil, se não tivesse ido para o Japão quando era pequeno, se eu tivesse apenas uma identidade brasileira ou japonesa, acho que essa forma de pensar não teria nascido.

Como nasci nipo-brasileiro, quero fazer o que puder para melhorar os dois países.

Gostaria de expressar minha gratidão aos meus pais que me deram a oportunidade de estudar no Brasil, à minha avó, tio e demais familiares que apoiaram minha vida no Brasil e a todos que conheci neste país. muito obrigado.

*Este artigo foi reimpresso de “ Nikkei Shimbun ” (15 de março de 2019).

© 2019 Geovana Ayori Hayashi

Brasil gerações identidade Japão Nikkeis no Japão Sansei
About the Author

Nasceu em 1995 em Maringá, Paraná, Brasil. Ela se mudou para o Japão quando tinha um ano e meio e cresceu lá até se formar na universidade. Desde abril de 2018 moro em Ibochi, no Rio Grande do Sul, onde mora minha avó, para aprender português.

(Atualizado em abril de 2019)

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