A história dos nikkeis na Argentina se iniciou no período 1908-1909, com a chegada de imigrantes provenientes das províncias de Okinawa e Kagoshima que até hoje constitui o maior contingente em relação aos demais. O primeiro imigrante japonês ingressou no país via Brasil e os sucessivos grupos que se seguiram, entraram na Argentina através dos países vizinhos.
Nos anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial, os nikkeis estavam se dedicando a pequenos negócios nas cidades, principalmente tinturarias e bares em Buenos Aires, e alguns trabalhavam como empregados domésticos, operários nas fábricas e estivadores. Um grupo pequeno se dedicava a horticultura, floricultura e pesca. Nas regiões onde havia numerosa população nikkei, verificou-se a fundação de associações de provincianos e escolas de língua japonesa que serviram de elo para a formação das comunidades nikkeis.
Impacto da Segunda Guerra Mundial
Durante o conflito bélico entre os Estados Unidos e o Japão, a Argentina permaneceu neutra até o ano de 1943 e o fato contribuiu para limitar o impacto da guerra na vida dos nikkeis. Durante o período de 1944 a 1946, a comunidade sofreu restrições incluindo a proibição para realizar reuniões, publicação de jornais e educação em língua japonesa, bem como o congelamento de bens pertencentes a pessoas físicas e jurídicas de nacionalidade japonesa. Dentro deste contexto, os japoneses se integraram mais a sociedade argentina fixando-se de forma permanente no país.
Fluxo a partir da década de 60
Entre as décadas de 1960 e 1970, o ingresso de novos imigrantes veio a rejuvenescer a comunidade nikkei na Argentina. Muitos vieram atraídos pelas oportunidades econômicas na agricultura. Nos anos que se seguiram após a guerra, assistiu-se a uma ascensão das gerações nascidas na Argentina, sendo que muitos deles receberam educação superior e passaram a praticar a fé católica. Com o aumento de empregos entre os assalariados de colarinho branco, houve uma diversificação maior de escolha de carreiras para os jovens nikkeis argentinos, embora alguns nissei e sansei tivessem tomado a decisão de trabalhar no Japão, como consequência das recessões no plano doméstico, a partir da década de 80.
Fonte:
Akemi Kikumura-Yano, ed., Encyclopedia of Japanese Descendants in the Americas: An Illustrated History of the Nikkei (Walnut Creek, Calif.: AltaMira Press, 2002), 71.
* Texto elaborado em colaboração com o Centro Nikkei Argentino e a Asociación Universitaria Nikkei.
© 2002 Japanese American National Museum