(Japonês) Pouco depois do fim da guerra, fui chamada à polícia, eu e o Sr. Takahashi. Os Srs. Miyakoshi e Ishinara já estavam presos. Nós dois 2 livres, trabalhando. Fizeram perguntas terriveis, fiquei em pé por 5 horas, perguntaram tudo sobre o Sr. Shimada, várias coisas. Precisei responder. Queriam saber de onde vinha o dinheiro do nosso trabalho. Contei tudo, menos o que recebíamos das 4 empresas japonesas. Disse que arrecadávamos dos trabalhadores doação e eles acreditavam. O governo já havia começado as liquidações de contas nessas empresas e, se eu falasse, teria de devolver. O que falei, após pensar, nos salvou. Após 5 horas leram tudo, mas havia coisas que eu não tinha dito. “Isso eu não falei”, “Sim, falou”. “Não falei”. Quase brigamos e, no fim zangados, apagaram. No fim do depoimento, tinham escrito sobre a família que me criou. Disse: “Não falei isso, apaguem, por favor”. E isso riscaram sem problemas. Aí me mandaram assinar um monte de papeis. Assinei. Quando ia saindo, disseram: “Não fale nada à ninguem, põe ziper na boca”.
Data:
Localização Geográfica: Brasil
Contributed by: Caminho da memória - 遥かなるみちのり. São Paulo, Brazil: Comissão de Elaboração da História dos 80 Anos de Imigração Japonesa no Brasil, 1998. VHS.