(Inglês) Foi no começo do meu quinto ano [aqui]. Eu pensei cá comigo: “Eu quero só uma luta”. Eu vou tentar lutar. E acabei conseguindo uma luta – e até então eu era considerado um gaijin, um estrangeiro, um forasteiro.
Como eu tinha passado por tantas más experiências por ser um estrangeiro no Japão tentando pegar um visto, tentando morar aqui, tentando comprar um carro, eu pensava: “Como tudo é tão difícil quando você não é japonês”. Eu fiquei bem ressentido contra tudo aquilo. Então, na minha primeira luta eu vesti um short vermelho, branco e azul. Eu acho que [eu me vesti assim] nas minhas primeiras duas ou três lutas – ou talvez quatro lutas – para demonstrar que sou americano. Eu não sou japonês. Eu tinha um ressentimento muito grande contra o Japão pela maneira que eu tinha sido tratado.
Então eu subi no ringue e dei uma boa surra no meu oponente. A imprensa passou a gostar de mim imediatamente. De repente, eu tinha virado japonês. Me deram uma página inteira, a cores, numa revista sobre a minha luta. Aí então eu pensei: “Eu não posso largar tudo agora por causa desta publicidade. Eu tenho que entrar em mais uma luta”. E “mais uma” acabou virando duas [lutas]. E mais uma foram três, e depois quatro. Eu já estava na minha quinta luta. Foi aí que eu mudei minha maneira de pensar. Eu pensei: “Será que eu sou bom assim? Será que eu sou realmente bom nisso?” Eu queria saber até onde eu poderia ir.
Agora já estou aqui há 13 anos.
Data: 14 de outubro de 2005
Localização Geográfica: Saitama, Japão
Interviewer: Art Nomura
Contributed by: Art Nomura, Finding Home.