(Japonês) A emissora de rádio em que eu trabalhava ficava no quinto andar e o escritório dele era no sexto andar. Nós marcávamos um lugar para nos encontramos, mas era por alguns instantes. Somente lugares onde as pessoas não nos vissem. Naquela época, havia muitas mulheres japonesas andando com estrangeiros, juntinhos, de braços dados, mas eu não me portava desse jeito, não. Mesmo pelas ruas de Tóquio, eu andava mantendo distância, para as pessoas não nos perceberem.
Eu não queria que as pessoas pensassem que eu estava junto com ele para ganhar coisas. Os meus colegas da rádio pareciam desconfiar que eu estava mesmo saindo com um estrangeiro. Nossos encontros eram breves, mas as pessoas chegaram a me perguntar: “Qual sua opinião sobre os casamentos interétnicos?” e eu respondi: “Eu sou totalmente contra”. E elas: “Ah, é?” e eu ainda complementei: ”Eu acho que o casamento interétnico é perigoso e agora não é época para pensar nisso. Sou totalmente contra”. Eu falei desse modo, mas acho que o desejo de me casar foi aumentando cada vez mais e eu só não disse: “Meu caso é diferente” – eu queria dizer, mas não disse.
Data: 26 de janeiro de 2012
Localização Geográfica: Califórnia, Estados Unidos
Interviewer: John Esaki, Yoko Nishimura
Contributed by: Watase Media Arts Center, Japanese American National Museum