(Inglês) O meu pai, acho que para descansar—todos os domingos nós íamos à praia. Ele sempre ia com seu paletó. A gente ia na Seal Beach [Praia das Focas], e no final do dia todo mundo voltava para casa enquanto que nós continuávamos lá sentados olhando ao redor ... [e pensando:] “Quando vamos voltar pra casa? Quando vamos voltar pra casa?”. Então eu me sentava mais ereta, enquanto ele continuava calado. Eu então dizia—ah, o que é que eu dizia ... Eu dizia: “Você está olhando para onde, pai?” Ele respondia: “Escuta só. Presta atenção na maré. Ela sobe e desce, e cada vez que ela sobe e desce é totalmente diferente”. Eu perguntava sobre coisas diferentes para ele, como “O que é isso? O que é aquilo?” etc. Isso acabava levando a gente a falar sobre os Estados Unidos. Ele disse—e isso é algo que me surpreende por ter vindo dele—que não havia nenhum país como os Estados Unidos da América. Eu disse então: “É mesmo?” Ele respondeu: “Não importa onde você for”. Aí eu perguntei: “Mesmo você sendo japonês?” E ele respondeu: “Mesmo assim”. E eu perguntei: “Você não quer nunca mais voltar para o Japão?” E ele respondeu: “Não, porque esse é o melhor país que existe”.
Data: 3 de fevereiro de 2010
Localização Geográfica: Califórnia, Estados Unidos
Interviewer: Eiko Masuyama, Carole Fujita, Yoko Nishimura
Contributed by: Watase Media Arts Center, Japanese American National Museum