(Japonês) O embaixador na época dos acontecimentos, Morihisa Aoki, pediu para que as refeições fossem preparadas, na medida do possível, na própria embaixada, sem necessidade de ir buscar em hotel. Eu fui encarregado de projetar a nova cozinha. E foi no dia 17 de dezembro de 1996, na comemoração do aniversário do Imperador Akihito, que a nova cozinha foi usada pela primeira vez. Eu estava na recepção como convidado e também fui feito refém, se bem que fui libertado pouco depois, no dia 22.
Dia 3 de janeiro do ano seguinte, o embaixador escreveu de lá de dentro uma carta para mim, onde dizia para eu me encarregar do cardápio. Havia comida chinesa, peruana, mas a comida japonesa foi bem recebida pelos 58 reféns.
Não houve um incidente sequer, não fez mal a ninguém. Fiquei indo do dia 4 de janeiro até 22 de abril e todos estavam bem de saúde, sem problema. Como era impossível de saber quando seria a próxima entrega ou quando iria parar, dentro do obento havia sempre um item que poderia ser consumido no dia seguinte, por exemplo, yaki-onigiri, que pode ser conservado por mais tempo. Os reféns sabiam disso, sem ninguém ter lhes falado.
O preparo do obento é muito bem planejado, podendo ser reconhecido pelo mundo inteiro que não seria demais. Outro dia, encontrei-me com o então Ministro das Relações Exteriores, Francisco Tudela, e ele que também foi refém disse que a comida japonesa é saudável e balanceada e me elogiou bastante, tendo escrito isso em vários livros. Eu lhe contei que ainda conservo as receitas que preparei naquela época e ele até sugeriu que escrevesse um livro.
Data: 18 de abril de 2007
Localização Geográfica: Lima, Peru
Interviewer: Ann Kaneko
Contributed by: Watase Media Arts Center, Japanese American National Museum